O QUE RELATAM E PENSAM OS FAMILIARES / 01

Isto preocupa

“Não está sendo fácil, pois como trabalho fora não consigo acompanhar as aulas com ele. E sem contar que ele não consegue assimilar muita coisa, pois diz que as matérias são para crianças que moram em Curitiba (risos). E que as aulas não são verdadeiras. Ele fica inquieto quando sabe que terá que assistir as aulas, várias vezes teve crise de choro, isto nos preocupa muito (...) Tenho medo dele perder o interesse pelos estudos” (Avó de aluno de 7 anos, Escola Municipal de Matinhos-PR).


Agora virou uma sobrecarga

“No início eu achei que seria mais fácil. Agora virou uma sobrecarga, porque não estou dando conta mais. Eu achava que ia ocupar mais o tempo dela, sabe? De um jeito mais produtivo, entende? Só que eu me sinto limitada, tenho mais gente em casa para atender, tarefas de casa e do trabalho” (Mãe de aluna de Escola Municipal de Matinhos/PR).

 

Vai ser um ano diferente

“Eu acredito que as crianças não podem ficar para trás. Só que vai ser um ano diferente, sem tanto desenvolvimento. Mas depois vamos recuperar, depois que isso acabar” (Pai de aluno de Escola Estadual de Matinhos/PR).

 

Estadual e colégio pago

“O que percebo é uma diferença na questão de ser estadual e se for colégio pago. Minha patroa tem um filho da mesma idade e ele tem menos compromissos, ela disse. Parece que é só alguns dias. Ela até se apavorou quando viu as aulas todas que o meu sobrinho tem para fazer.” (Tia de aluno de Escola Estadual de Matinhos/PR)

 

Meu filho é estudioso

Minha sorte é que meu filho é estudioso, dedicado, porque nem sei como está. Mas tem dias, assim, … até reclamou que não consegue fazer pelo aparelho dele. Precisa esperar o pai chegar para usar o celular. Mas, no caso, assim, ele tem orgulho de ser estudioso. Ele disse que os amigos não estão fazendo as tarefas”. (Mãe de aluno de Escola Estadual de Matinhos/PR)

 

Ele tem saudades

“Ele não aceita estas aulas e diz que a nossa casa não é a mesma coisa que a escola, que tem saudades dos amiguinhos,  da profe.  Diz que na escola que se aprende. (Avó de aluno de 7 anos, Escola Municipal de Matinhos-PR).

 

Tempo para acompanhar

“Tenho dois filhos na escola... e a nossa maior dificuldade é prender a atenção deles todo o tempo de aula. E a minha maior dificuldade é o tempo disponível para acompanhar eles. Que não é todas as aulas que consigo estar ao lado deles para assistir as aulas” (Mãe de alunos, Escola Municipal de Matinhos-PR).

 

Brincadeiras, relações e desenvolvimento

“Em um primeiro momento, não foi fácil adequar atividades de rotina, pois a sensação inicial deles era de descanso, ocupavam o tempo com vídeos e filmes, mas para não ficar tudo muito confuso e atribuído a um caráter de ‘férias’, institui pequenas tarefas e horários para algumas atividades. Mas a solidão do isolamento, mesmo com todos em casa surgiu, devido à falta de contato com colegas, brincadeiras e relações que acreditamos ser essenciais para o desenvolvimento dos pequenos… (Mãe de aluno de Escola Municipal de Matinhos-PR).

 

Não vemos vantagens

“Está sendo um pouco mais complicado, pois sem as explicações dos professores em sala torna o aprendizado do aluno mais difícil.
Eu como pai não tenho total conhecimento pra fazer com que meu filho aprenda da forma correta. Não vemos muitas vantagens nessa forma de aprendizado, pois estamos falando de crianças tentando aprender com vídeo aulas. Pra nós adultos e fácil, mas para as crianças torna tudo mais complicado.” (Pai de aluno de Escola Estadual de Matinhos/PR)

 

Ajustar, pausar, voltar...

Bem difícil na primeira semana, mas aos poucos estão se tornando mais corriqueiras, está havendo um ajuste da didática estabelecida com cada um dos professores. Mas ainda assim um pouco perdido com relação a comandos: ‘é para copiar?’; ‘é para fazer agora?’ A interatividade com o professor fica deficiente...  A transferência de uma aula para outra as vezes fica com a linguagem vaga e então precisamos pausar ou voltar o vídeo e então de acordo com a disciplina a aula fica extensa, provocando desinteresse” (Mãe de aluno de 10 anos, Escola Municipal de Matinhos-PR).

 

Pela manhã, à tarde… tem sido cansativo

“Ele até faz a tarefa, mas tem dias que é bem difícil e ele reclama que é muita coisa, aí divido em duas partes. Ele faz um pouco pela manhã e o restante à tarde. Para eu tem sido cansativo em questão do bebê [irmão de dois meses] que é muito novinho e precisa de atenção e imagino que para as mães que trabalham fora tem sido difícil também, além daquelas que não tem acesso à internet” (Mãe de aluno, Escola Municipal de Matinhos- PR)

 

Ela gosta e eu gostaria de ter tempo

“Na hora da aula que tá difícil, porque assim, eu entro as 14:00 horas para trabalhar. Das 13:30 até as 14:00 eu consigo ver a aula com ela, depois disso sempre fica pela metade a aula dela. Porque assim, a irmã não consegue ajudar e o pai dela não ajuda, ou ajuda bem pouco (...) O que eu estou fazendo é imprimir umas aulas para ela, que o município manda e daí faz essas que fica mais fácil do que assistir tudo de novo com ela. Porque daí eu perco bem mais tempo. Mas ela gosta e eu gostaria de ter mais tempo para fazer junto com ela, mas não tem como, porque eu trabalho o dia inteiro”. (Mãe de aluna de 6 anos, Escola Municipal de Matinhos – PR)

 

Melhorou porque criou uma disciplina

“Tenho duas crianças, de 05 e 09 anos, basicamente acordam as 09:00 horas assistem desenhos, brincam com brinquedos, aparelhos eletrônicos, assistem aulas pela TV, fazem desenhos, brincam com cachorro. Estas aulas são um improviso para situação que pegou todos, mas a partir do dia que foram oferecidas a rotina do isolamento melhorou porque criou uma disciplina. Antes não tinham muitos compromissos, agora as crianças e para os pais que sentem que tem um vínculo com a escola, tem um grupo no WhatsApp onde eles enviam as fotos e as atividades para a professora e os amigos. Acho que as aulas oferecidas pela TV não são o ideal para aprender, mas é o que foi possível fazer rapidamente” (Mãe de alunos, Escola Municipal de Matinhos – PR).

 

Forçar fazer ou respeitar a “falta de vontade”

“Bem difícil conciliar trabalho remoto e aulas remotas, além de não conseguir dar a atenção que a criança necessita tem a questão de não ter o equipamento adequado, enquanto um usa o notebook o outro usa o celular. Além disso é preciso apoio nas tarefas, auxílio nas explicações que muitas vezes não estamos qualificados para dar. Pessoalmente, sigo com dúvidas se devo forçá-lo a fazer as atividades propostas ou respeitar sua falta de vontade, totalmente justificada pelo momento que passamos” (Mãe de aluno, Escola Particular de Matinhos – PR).


Crianças que não tem acesso

“Não sei como seria se tivesse que explicar o conteúdo sem voltar ou pausar os vídeos. Portanto, me preocupo com crianças que não tem acesso a aparelhos eletrônicos e se veêm diante do conteúdo somente pela televisão. Acredito que sem a pausa e retorno ao conteúdo ele não estaria absorvendo” (Mãe de aluno de Escola Municipal de Matinhos).


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