Isto preocupa
“Não
está sendo fácil, pois como trabalho fora não consigo acompanhar as aulas com ele. E sem contar que ele não consegue assimilar muita coisa, pois diz que as
matérias são para crianças que moram em Curitiba (risos). E que as aulas não
são verdadeiras. Ele fica inquieto quando sabe que terá que assistir as aulas,
várias vezes teve crise de choro, isto nos preocupa muito (...) Tenho medo dele
perder o interesse pelos estudos” (Avó de aluno de 7 anos, Escola Municipal
de Matinhos-PR).
Agora virou uma sobrecarga
“No
início eu achei que seria mais fácil. Agora virou uma sobrecarga, porque não
estou dando conta mais. Eu achava que ia ocupar mais o tempo dela, sabe? De um
jeito mais produtivo, entende? Só que eu me sinto limitada, tenho mais gente em
casa para atender, tarefas de casa e do trabalho” (Mãe de aluna de Escola
Municipal de Matinhos/PR).
Vai ser um ano diferente
“Eu
acredito que as crianças não podem ficar para trás. Só que vai ser um ano
diferente, sem tanto desenvolvimento. Mas depois vamos recuperar, depois que
isso acabar” (Pai de aluno de Escola Estadual de Matinhos/PR).
Estadual e colégio pago
“O
que percebo é uma diferença na questão de ser estadual e se for colégio pago.
Minha patroa tem um filho da mesma idade e ele tem menos compromissos, ela disse.
Parece que é só alguns dias. Ela até se apavorou quando viu as aulas todas que
o meu sobrinho tem para fazer.” (Tia de aluno de Escola Estadual de
Matinhos/PR)
Meu filho é estudioso
“Minha sorte é que meu filho é estudioso,
dedicado, porque nem sei como está. Mas tem dias, assim, … até reclamou que não
consegue fazer pelo aparelho dele. Precisa esperar o pai chegar para usar o
celular. Mas, no caso, assim, ele tem orgulho de ser estudioso. Ele disse que
os amigos não estão fazendo as tarefas”. (Mãe de aluno de Escola Estadual de
Matinhos/PR)
Ele tem saudades
“Ele
não aceita estas aulas e diz que a nossa casa não é a mesma coisa que a escola,
que tem saudades dos amiguinhos, da
profe. Diz que na escola que se aprende.
(Avó de aluno de 7 anos, Escola Municipal de Matinhos-PR).
Tempo para acompanhar
“Tenho
dois filhos na escola... e a nossa maior dificuldade é prender a atenção deles
todo o tempo de aula. E a minha maior dificuldade é o tempo disponível para
acompanhar eles. Que não é todas as aulas que consigo estar ao lado deles para
assistir as aulas” (Mãe de alunos, Escola Municipal de Matinhos-PR).
Brincadeiras, relações e
desenvolvimento
“Em um primeiro momento, não foi fácil adequar atividades de rotina, pois a sensação inicial deles era de descanso, ocupavam o tempo com vídeos e filmes, mas para não ficar tudo muito confuso e atribuído a um caráter de ‘férias’, institui pequenas tarefas e horários para algumas atividades. Mas a solidão do isolamento, mesmo com todos em casa surgiu, devido à falta de contato com colegas, brincadeiras e relações que acreditamos ser essenciais para o desenvolvimento dos pequenos…” (Mãe de aluno de Escola Municipal de Matinhos-PR).
Não
vemos vantagens
“Está sendo um pouco mais complicado, pois sem
as explicações dos professores em sala torna o aprendizado do aluno mais
difícil.
Eu como pai não tenho total conhecimento pra fazer com que meu filho aprenda da
forma correta. Não vemos muitas vantagens nessa forma de aprendizado, pois
estamos falando de crianças tentando aprender com vídeo aulas. Pra nós adultos
e fácil, mas para as crianças torna tudo mais complicado.” (Pai de aluno de
Escola Estadual de Matinhos/PR)
Ajustar,
pausar, voltar...
“Bem difícil na primeira semana, mas aos poucos
estão se tornando mais corriqueiras, está havendo um ajuste da didática
estabelecida com cada um dos professores. Mas ainda assim um pouco perdido com
relação a comandos: ‘é para copiar?’; ‘é para fazer agora?’ A interatividade
com o professor fica deficiente... A
transferência de uma aula para outra as vezes fica com a linguagem vaga e então
precisamos pausar ou voltar o vídeo e então de acordo com a disciplina a aula
fica extensa, provocando desinteresse” (Mãe de aluno de 10 anos, Escola
Municipal de Matinhos-PR).
Pela manhã, à tarde… tem sido
cansativo
“Ele
até faz a tarefa, mas tem dias que é bem difícil e ele reclama que é muita
coisa, aí divido em duas partes. Ele faz um pouco pela manhã e o restante à
tarde. Para eu tem sido cansativo em questão do bebê [irmão de dois meses] que é
muito novinho e precisa de atenção e imagino que para as mães que trabalham
fora tem sido difícil também, além daquelas que não tem acesso à internet” (Mãe de aluno, Escola Municipal de
Matinhos- PR)
Ela gosta e eu gostaria de ter
tempo
“Na
hora da aula que tá difícil, porque assim, eu entro as 14:00 horas para
trabalhar. Das 13:30 até as 14:00 eu consigo ver a aula com ela, depois disso
sempre fica pela metade a aula dela. Porque assim, a irmã não consegue ajudar e
o pai dela não ajuda, ou ajuda bem pouco (...) O que eu estou fazendo é
imprimir umas aulas para ela, que o município manda e daí faz essas que fica
mais fácil do que assistir tudo de novo com ela. Porque daí eu perco bem mais
tempo. Mas ela gosta e eu gostaria de ter mais tempo para fazer junto com ela, mas
não tem como, porque eu trabalho o dia inteiro”. (Mãe de aluna de 6 anos,
Escola Municipal de Matinhos – PR)
Melhorou porque criou uma
disciplina
“Tenho
duas crianças, de 05 e 09 anos, basicamente acordam as 09:00 horas assistem
desenhos, brincam com brinquedos, aparelhos eletrônicos, assistem aulas pela
TV, fazem desenhos, brincam com cachorro. Estas aulas são um improviso para
situação que pegou todos, mas a partir do dia que foram oferecidas a rotina do
isolamento melhorou porque criou uma disciplina. Antes não tinham muitos
compromissos, agora as crianças e para os pais que sentem que tem um vínculo
com a escola, tem um grupo no WhatsApp onde eles enviam as fotos e as
atividades para a professora e os amigos. Acho que as aulas oferecidas pela TV
não são o ideal para aprender, mas é o que foi possível fazer rapidamente” (Mãe
de alunos, Escola Municipal de Matinhos – PR).
Forçar fazer ou respeitar a “falta
de vontade”
“Bem difícil conciliar trabalho remoto e aulas remotas, além de
não conseguir dar a atenção que a criança necessita tem a questão de não ter o
equipamento adequado, enquanto um usa o notebook o outro usa o celular. Além
disso é preciso apoio nas tarefas, auxílio nas explicações que muitas vezes não
estamos qualificados para dar. Pessoalmente, sigo com dúvidas se devo forçá-lo
a fazer as atividades propostas ou respeitar sua falta de vontade, totalmente
justificada pelo momento que passamos” (Mãe de aluno, Escola Particular de
Matinhos – PR).
Crianças que não tem acesso
“Não
sei como seria se tivesse que explicar o conteúdo sem voltar ou pausar os
vídeos. Portanto, me preocupo com crianças que não tem acesso a aparelhos
eletrônicos e se veêm diante do conteúdo somente pela televisão. Acredito que
sem a pausa e retorno ao conteúdo ele não estaria absorvendo” (Mãe de aluno de
Escola Municipal de Matinhos).
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